Pluralismo Terapêutico, Autonomia e Políticas de Saúde: Perspectivas de Colômbia e Brasil.
XVI Congreso de Antroplogía en Colômbia. V Congreso Asociación Latinoamericana de Antropologia.
6 al 9 junio, 2017, Bogotá, Colômbia.
Este simpósio explora o tema de pluralismo terapêutico no campo de saúde indígena em America Latina com o intuito de contribuir ao diálogo entre a antropologia e as políticas públicas. Hoje a maioria dos países na America do Sul se reconhecem como estados plurietnicos e têm empreendidos estabelecer políticas em saúde visando a adequação de serviços de saúde no contexto “intercultural”. As reformas constitucionais destes países também concedem a autonomia das comunidades na participação no planejamento, gestão e execução dos serviços de saúde. A articulação entre diferentes modelos e práticas de saúde e o direito de participação tratam de problemas complexos em situações de relações assimétricas entre os sistemas de saúde e processes políticos das sociedades hegemônicas e a diversidade de saberes, práticas e processos organizacionais das coletividades indígenas. Este simpósio pretende ser realizada em torno de um dialogo visando a comparação de experiências, colaborações, iniciativas e o desenvolvimento de conceitos e modelos analíticos mais adequados para entender a realidade de America Latina. Assim, a metodologia do simpósio iniciaria com à apresentação breve da política de saúde de cada país pelos organizadores, seguida de imagens de contextos dos participantes, cada um expondo durante 10 minutos máximo, sobre o problemática que vem pesquisando em base de seu texto circulado previamente. Seguindo as apresentações, os comentaristas resumiria os problemas e propostas conceituais analíticas levantados trabalhos, dando inicio ao dialogo.
O simpósio pretende dar continuidade aos diálogos entre antropólogos engajados em pesquisas sobre saúde indígena e políticas públicas e que vem colaborando em publicações e participando desde 2009 na rede de pesquisa Práticas de Autoatenção, Redes, Itinerários e Políticas Públicas apoiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural/INCT IBP.
Coordenadora por Brasil : Esther Jean Langdon Universidade Federal de Santa Catarina/Coordenadora do Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural/INCT IBP Doutorado 1974 Tulane University.
Pós-Doutorado: 1994-5; 2001; 2004; 2011-12
estherjeanbr@gmail.com
Tel: 55-48-3335-0268
Coordinador por Colombia: Hugo Portela Guarin,
Departamento de Antropologia Universidad del Cauca /Coordinador del grupo de Investigación Antropos. Doctorado Université de Montreal 2006
hugoportelaguarin@gmail.com
Tel: 57-3007811373
Comentarista brasileira: Luiza Garnelo Pereira
Médica/Doutora em Antropologia – Pesquisadora CNPq Fundação Oswaldo Cruz/Instituto Leônidas e Maria Deane
Ciudad: Manaus
País: Brasil
malupereira2011@gmail.com
Comentarista colombiano: Hugo Portela Guarin
País: Colombia
hugoportelaguarin@gmail.com
Participantes (Brasil)
1. Renato Athias , Doutor em Antropologia NEPE/Universidade Federal de Pernambuco
renato.athias@gmail.com
Práticas Tradicionais de Cura e Programas de Saúde no Alto Rio Negro
Esta apresentação visa debater xamanismo e as praticas tradicionais de cura no contexto dos programas de saúde desenvolvidos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena do Rio Negro (DSEI-RN). As profundas mudanças e transformações sociais que vem acontecendo, nesta região, produzindo um êxodo da população indígena para centros urbanizados e multiétnicos, criando outras possibilidades de relação com os serviços de saúde diferente daquela existentes nas aldeias. Debater essas práticas nesse contexto se faz necessária para compreensão do entendimento sobre a articulação dos serviços de saúde e as práticas tradicionais e a relação dessas práticas com o território clânico da região do Alto Rio Negro.
2. Clarisse Jabur
Coordenação Geral de Índios Isolados e Recem-Contatados/FUNAI
jabur.clarisse@gmail.com
Pluralismo Terapêutico, Autonomia e Politicas de Saúde: Perspectivas de Colômbia e Brasil.
O atendimento à saúde aos povos indígenas de recente contato e isolados é pouco mencionado na Política Nacional de Saúde Indígena do Brasil, apesar de elegido como uma “situação especial” (FUNASA, 2002). No entanto, diferente de outros países da América Latina, ainda não existem normativas específicas no Brasil, algo extremamente necessário em uma época onde processos de contato de povos indígenas isolados têm sido estabelecidos com mais frequência que nas últimas duas décadas. Apesar de uma política de saúde indígena construída nos pilares de respeito à diversidade e à autonomia indígena, essas diretrizes não se aplicam na prática de modo a proteger de maneira eficiente a saúde dos povos indígenas de recente contato e isolados. Muitas questões cruciais e desafiadoras são colocadas quando se considera as dissonâncias entre a autonomia e a ausência de participação desses povos nos fóruns de controle social de saúde indígena; a caracterização da atenção primária no atendimento de saúde em situações pós contato; a falta de harmonia entre o sistema biomédico ocidental e as práticas tradicionais e concepções nativas de cura e adoecimento; entre outras. Além de um território protegido que garanta o usufruto pleno dos recursos naturais, são povos que necessitam de um sistema de atenção à saúde que funcione efetivamente, na prática, baseado pelos princípios especificidade, intersetorialidade e interdisciplinaridade. A participação efetiva dos povos indígenas de recente contato ou daqueles que vivem no entorno de seus territórios é fundamental e deve ser facilitada, com a utilização de novas formas de diálogo.
4. Ana Lucia de M. Pontes
Médica/Doutora em Saúde Pública
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Avenida Brasil, 4365 Manguinhos 21040900 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Telefone: (21) 38659748
analupontes64@gmail.com
Atuação de indígenas e sua profissionalização na atenção primária à saúde: limites e potencialidades a partir do caso do Agente Indígena de Saúde no Brasil
A promoção da Atenção Primária à Saúde, depois de Alma Ata (1978), levou a vários países a promoverem programas de trabalhadores comunitários da saúde, com distintos nomes, mas que tinham em comum dois objetivos: estender as ações de saúde para populações não assistidas; e envolver membros das comunidades nesses programas (Walt et al, 1990). A recente consolidação e expansão da APS no Brasil tem se baseado na inserção de trabalhadores comunitários de saúde, tais como o Agente Indígena de Saúde nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Entretanto, Walt et al (1990) apontaram que, ao redor do mundo, os trabalhadores comunitários da saúde apresentam alguns limites no desenvolvimento de suas atividades, pois são os que tiveram os treinamentos mais curtos, os que ficam mais isolados e com maior falta de suporte.
Esse trabalho irá realizar uma análise a partir da experiência do piloto de profissionalização em saúde de 189 AIS da região do Alto Rio Negro, refletir sobre os limites e potencialidades da formação e atuação de indígenas nos serviços de saúde. Usaremos como referencial para essa análise a perspectiva antropológica de Eduardo Menéndez acerca dos modelos de atenção à saúde, e os referenciais da educação indígena brasileira. Pretendemos colaborar com a reflexão acerca da pluralidade médica existente nos territórios indígenas, a atuação hegemônica da biomedicina na APS e os possíveis papeis dos processo formativos em saúde para indígenas nesse contexto.
5. Sílvia Guimarães
Doutora em Antropologia
Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília
silviag@unb.br
Processos de hospitalização de indígenas no Brasil: uma discussão inicial
Pretende-se aqui problematizar processos de hospitalização de indígenas no Brasil, ou seja, quando esses acessam o Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar tratamento na média e alta complexidade, na atenção ambulatória especializada ou em regime de internação. No caso da atenção ambulatória, essa é marcada por idas e vindas, com períodos de estadia na Casa de Saúde Indígena (CASAI), que, em geral, está localizada próxima a rede de atenção à saúde do SUS. Diante desse quadro, novos desafios são impostos, vivenciam um processo de deslocamento da Terra Indígena para a cidade que os insere em uma situação conflituosa, ou melhor, de conflito interétnico, que os impõe uma indianidade e ao mesmo tempo a nega (Oliveira Filho, 1988). Nesse processo, os saberes e práticas indígenas de cuidado são anuladas e devem ser substituídos pelos saberes e práticas biomédicos ou da medicina científica ocidental. Além disso, os profissionais de saúde apresentam a priori uma definição de indianidade e de como se relacionar com esses indivíduos que, em geral, é marcada por preconceitos e estereótipos. Por outro lado, os indígenas acionam estratégias de cuidado e subvertem a relações de poder que lhe são impostas.
6. Eliana Elisabeth Diehl
Doutora em Saúde Pública
Departamento de Ciências Farmacêuticas e Programa de Pós-Graduação em Assistência Farmacêutica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
elianadiehl@hotmail.com
Abordagens e desafios da Antropologia dos Medicamentos para a Antropologia e a Saúde
Resumo: Desde a década de 1980 os medicamentos têm sido abordados sob uma perspectiva antropológica, tratando diferentes aspectos que enfatizam seu duplo papel enquanto objetos e símbolos. Baseado em investigações sobre medicamentos em contextos locais e em revisão da literatura, esse trabalho faz uma reflexão sobre o estado da arte da chamada “Antropologia dos Medicamentos” e suas contribuições. Diferentes abordagens socioculturais, como a “vida social dos medicamentos” e as “práticas de autoatenção”, buscam compreender os medicamentos desde o seu desenvolvimento/fabricação até os usos e significados construídos pelos sujeitos e grupos sociais. Em que pese uma produção teórico-metodológica relativamente extensa na área, ainda permanece como desafio o diálogo entre a Antropologia e as políticas de medicamentos, sem o risco de reificar ou instrumentalizar a noção de cultura. Entendemos que tal aproximação tem potencial contribuição para o acesso aos medicamentos com base nas realidades socioculturais específicas.
7. Mario Madroñero Morillo.
Doctor en Antropología.
Docente Universidad Nacional de Educación del Ecuador. Sede Lago Agrio. Provincia de Sucumbíos.
Interculturalidad, Educación bilingüe y conceptos de salud a partir de la concepción del Buen vivir Amazonía colombo-ecuatoriana.
La interculturalidad en la provincia de Sucumbíos en la Amazonía ecuatoriana, es un rasgo que hace de la región una dimensión en la que la pluralidad de conceptos en relación con la salud son diversos, por una parte, debido a las nacionalidades indígenas que se encuentran en la región, por otra, por la intervención de otras concepciones de salud y poder, relacionadas con grupos religiosos o que combinan prácticas “esotéricas” con la concepción de magia construida como destaca Taussig, por la fascinación de la concepción del indígena y su vínculo con la selva. En una tercera instancia se encontrarían otras prácticas, de cruce y transición en las que la pluralidad de prácticas terapéuticas encuentra un nodo de relación crítica en la noción de buen vivir, expuesta como horizonte de los diferentes procesos culturales que atraviesan las políticas de salud, educación y economía en Ecuador. Las anteriores particularidades, hacen parte de una reflexión sobre la interculturalidad, la educación bilingüe y los conceptos de salud en el contexto de praxis del Buen Vivir en Sucumbíos.
8. Sandra Carolina Portela García
Doctora en Antropología. Pesquisadora – INCT Brasil Plural/UFSC
Universidad Externado de Colombia
Diabetes e hipertensão arterial entre os indigenas Kaingang da Terra indígena Xapecó: Reflexões sobre programas de saúde pública e politicas de atenção à saúde indigena.
Nesta comunicação pretende-se refletir em um primeiro momento, e a partir do acompanhamento a indígenas Kaingang diagnosticados como hipertensos e diabéticos pela biomedicina na terra indígena de Xapecó, -e mais especificamentedas práticas de auto atenção por eles utilizadas para lidar com estes “problemas” de saúde-, sobre uma serie de interações coexistentes entre as diferentes tradições médicas vigentes nesta TI: medicina “tradicional”, biomedicina, e igrejas pentecostais, entre outras, articulam-se e/o confrontam-se, configurando assim uma perspectiva nativa referente à “natureza” destas doenças, assim como dos tratamentos e formas nas quais deve ser atendida. Esta perspectiva, difere em vários pontos das expectativas e objetivos de programas de saúde pública implementados pelo SUS como é o caso do programa HIPERDIA, o que nos leva ao segundo momento desta comunicação, na qual se traz a tona às dificuldades e as discussões locais sobre a implementação de uma política de atenção diferenciada em saúde para povos indígenas.
9. María Virginia Pinzón F.
Magister en Salud Pública, Estudiante del Doctorado de Antropología
Profesora Universidad del Cauca. Grupo de Investigación Antropos.
Pluralismo terapéutico. Una alternativa de co-existencia en el campo de la salud
A pesar de los inconformismos por la universalidad que se ha generado a partir de las políticas neoliberales que llevaron a la globalización (y todo lo que esto ha violentado) se han hecho visibles en algunas regiones del mundo, algunas prácticas médicas de utilización de medicamentos “alternos” propios de saberes otros y que se han incluido en los protocolos que complementan la medicación utilizada en la medicina biomédica, evidenciando la aplicación del conocimiento compartido (horizontalidad). Sin embargo algunos países de América Latina no han logrado una dinámica integradora, un pluralismo terapéutico como alternativa efectiva para la recuperación del bienestar de los individuos y poblaciones; quizá algo de esto está relacionado con la hegemonía de mercado, intereses económicos muy poderosos que no permiten la intromisión de lo que llama Escobar (2016) como “saludes otras”. Se hace necesario problematizar la terapéutica proveniente de las investigaciones biomédicas (como conocimiento experto) y a la vez pensar en el pluralismo terapéutico como un elemento de co-existencia en las prácticas de salud.
10. Mauricio Múnera Gómez
Magíster en Educación, Candidato a Doctor Universidad Nacional
Profesor Universidad de Antioquia
Saberes y prácticas campesinas de sanación: una aproximación a la medicina tradicional en el norte de Antioquia
Se centra el interés en las diferentes prácticas de sanación campesinas, a partir de su comprensión como construcciones históricas y culturales, que son y están determinadas por asuntos de orden simbólico. Así, adquiere importancia una mirada comprensiva acerca de las representaciones y las prácticas, que configuran y desarrollan algunos “sanadores” –hombres y mujeres medicina–, desde procedimientos de producción, apropiación y uso de diferentes saberes asociados con la sanación. La investigación pretende, también, desarrollar algunas comprensiones acerca de la pregunta ¿cómo el campesino deviene en sanador? y, por ello, desde su diseño metodológico, avanza en la construcción de historias de vida de herbolarios, parteras, sobanderos y curanderos, de la zona Norte del Departamento de Antioquia.
11 Carlos Iván Salazar Villamarin
Magister en Salud Publica. Estudiante del Doctorado de Antropología
Universidad del Cauca. Grupo de Investigación Antropos.
carlostom7@hotmail.com
Expectativas maternas del tratamiento de infección respiratoria aguda no neumónica en menores de cinco años, en un Hospital Indígena Colombiano.
Identifica las expectativas maternas del tratamiento de infección respiratoria aguda grave no neumónica (IRAG) en niños menores de cinco años brindado por un hospital de una zona indígena del suroccidente colombiano. Método: Estudio comunitario Etnográfico Focalizado de IRAG de la OPS-OMS, realizado en un pueblo indígena, en 7 trabajadores de la salud del hospital y 50 madres que buscaron la atención médica para sus hijo(a) (s) menores de cinco años con IRAG. Se aplicó una entrevista a madres, para conocer sus expectativas en la atención médica; a los trabajadores de salud se aplicó una entrevista, para conocer la percepción sobre el reconocimiento materno y la búsqueda de atención-médica; la información se analizó por categorías a través de matrices descriptivas, que se agruparon por similitud conceptual. Resultados: Se evidencia que la mayoría de madres no identifican claramente los diferentes tipos de medicinas; no encuentran diferencias entre antibióticos y medicamentos sintomáticos; no pueden identificar el efecto y la forma de acción del remedio o medicamento; la principal preocupación de las madres es curar los síntomas de la IRA; la mayoría de los agentes en salud consideran que hay tardanza en la búsqueda de ayuda médica. Conclusión: La atención de Infecciones Respiratorias Agudas bajo la concepción occidental del modelo biomédico resulta ajeno y desconocido para las madres indígenas, que junto al desconocimiento de agentes de salud de las percepciones y entendimientos maternos indígenas, contribuyen a mantener la morbi-mortalidad de las IRAG.